Tono: C
Introducción: D C A G Em A7 C
D C A
Estou cansado de ser vilipendiado, incompreendido e descartado
G Em A7 C
Quem diz que me entende nunca quis saber
D C
Aquele menino foi internado numa clínica
A G
Dizem que por falta de atenção dos amigos, das lembranças
Em
Dos sonhos que se configuram tristes e inertes
A7 C D
Como uma ampulheta imóvel, não se mexe, não se move, não trabalha
C A
E Clarisse está trancada no banheiro
G Em
E faz marcas no seu corpo com seu pequeno canivete
A7 C D
Deitada no canto, seus tornozelos sangram
C A
E a dor é menor do que parece
G Em
Quando ela se corta ela esquece
A7 C D C
Que é impossível ter da vida calma e força
A G
Viver em dor, o que ninguém entende
Em A7 C
Tentar ser forte a todo e cada amanhecer
D
Uma de suas amigas já se foi
C A
Quando mais uma ocorrência policial
G
Ninguém entende, não me olhe assim
Em
Com este semblante de bom samaritano
A7 C D
Cumprindo o seu dever, como se fosse doente
C A G
Como se toda essa dor fosse diferente, ou inexistente
Em A7
Nada existe prá mim, não tente
C D
Você não sabe e não entende
C
E quando os antidepressivos e os calmantes
A
não fazem mais efeito
G
Clarisse sabe que a loucura está presente
Em
E sente a essência estranha do que é a morte
A7 C D
Mas esse vazio ela conhece muito bem
C
De quando em quando é um novo tratamento
A
Mas o mundo continua sempre o mesmo
G Em
O medo de voltar prá casa à noite
A7
Os homens que se esfregam nojentos
C
No caminho de ida e volta da escola
D
A falta de esperança e o tormento
C A
De saber que nada é justo e pouco é certo
G
E que estamos destruindo o futuro
Em A7 C
E que a maldade anda sempre aqui por perto
D
A violência e a injustiça que existe
C A
Contra todas as meninas e mulheres
G Em
Um mundo onde a verdade é o avesso
A7
E a alegria já não tem mais endereço
C
Clarisse está trancada em seu quarto
A G
Com seus discos e seus livros, seu cansaço
Em
Eu sou um pássaro, me trancam na gaiola
A7 C
E esperam que eu cante como antes
D C A
Eu sou um pássaro, me trancam na gaiola
G
Mas um dia eu consigo existir
Em A7
E vou voar pelo caminho mais bonito
C
Clarisse só tem quatorze anos