Tono: E
Introducción:
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Acordei de madrugada tava um calor danado
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Levantei fui na cozinha e foi um tanto engraçado
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Fui até geladeira pra tomar agua gelada
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Vi um pote de sorvete, de alegria dei risada
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Que delicia de sabor, era de leite condensado
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Ainda pensei que sorte minha mais fiquei encabulado
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Fui chegando aproximando, tava muito empolgado
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Quando eu abri a tampa: tinha feijão congelado
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Tô azarado numa baita solidão: é só tristeza, desgosto, desilusão
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Lá onde eu moro tem muita gente batuta
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Que trabalha e labuta, honestamente o seu sustento
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Lá tem: padeiro, açougueiro, carpinteiro, marceneiro e pedreiro
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Gente humilde o ano inteiro
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Mas tem um povo, irritante, intolerante
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Arrogante, ignorante, futriqueiro, fofoqueiro
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Andam dizendo que eu vivo no bar bebendo
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Minha cabeça tá doendo: é de paixão que eu tô sofrendo
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Andava muito deprimido, até faltando no serviço
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Por causa de um amor perdido, o coração tava sofrido
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Andei chorando e a solidão me machucando
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A saudade me apertando querendo entender o motivo
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Foi quando um amigo me falou que tinha visto
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Ela com outro na cidade, então fiquei pensativo
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Golpe doido o que ela fez comigo
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Ficou tudo esclarecido: tô muito triste, aborrecido
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Um dia desse eu sai com a namorada
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Fomos passear no parque numa noite enluarada
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Ela dizia e repetia que estava apaixonada
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Que alegria noite dia, ela era a luz da minha estrada
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Mas o tempo foi passando e acabando o que era belo
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O que eu pensei que era eterno, transformou-se num flagelo
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E apareceu um tal marcelo, num chevette amarelo
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Derrubou o meu castelo: fiquei descalço e sem chinelo