Abro esta gaita pra tocar uma vaneira
Destas vaneiras que se tocam nas missões
Que tem a mescla daquela terra vermelha
Sangue que corre nas veias das tradições
Essa cadência dos fandangos missioneiros
Ficou guardada no eco de um sapucai
Pois diz a lenda que o gemido deste fole
Se fez remanso nas enchentes do Uruguai
São os acordes do pulsar desta querência
E a convivência vai pealando os corações
Quando um gaúcho leva o pampa num abraço
Neste compasso da vaneira das missões
A voz da gaita que namora as reduções
Escaramuça nas andanças dos tropeiros
Num repicar dos sinos de São Miguel
E os acordes primitivos ervateiros
É bem por isso que este canto refloresce
E a luz de lua abençoa os namorados
Nesta vaneira que embala e nos anima
E que aproxima os corações apaixonados
Esta vaneira das missões tem ressonâncias
Das pregações de Antônio Sete e São João
Numa cultura missioneira preservada
Com sentimentos que brotam do coração
Levo os rangidos dos engenhos da palmeira
Águas que correm no rio Ijuí
Nesta vaneira a noite se ilumina pelas clareiras da luz de Tuparandi