Eu saio sozinho na noite tentando encontrar um caminho
Eu busco consolo nos tragos dos copos vazios de vinho
Andando nas ruas desertas olhando as janelas abertas
Ouvindo o som das novelas nas salas das donas de casa
Faz tempo já estou sem destino, não sou mais menino
E nem sei o caminho do lar
Os becos escuros escondem aqueles que vivem na noia
Mercado do vicio, a boca do lixo já teve seus dias de glória
A ronda silenciosa da viatura de luz apagada
Caçando os pecadores da lei que agem, só na calada
Um grito na madrugada, disparos, e o sangue
Lavando a calçada do bar
As primeiras luzes despontam no céu da cidade encoberta
Os ônibus abarrotados seguindo uma rota incerta
Os carros já apressados disputam cada lugar da avenida
Pedestres desviam do corpo caído, coberto e sem vida
A morte já virou rotina, ninguém sabe em qual esquina
Ela vai te encontrar, e ela pode te encontrar