Três campeiros três estampas repontam as barras do dia
Começando a recoluta na costela da coxilha
Tremor de cascos no chão a tropa levanta poeira
Com calma e com paciência o gado vai pra mangueira
A vacina preparada sobre a mala de garupa
Na entrada do embicador um cavaleiro cutuca
Bota a tranca! Firma a porta! Que o brete já tá cheio
Vou descer pra apertá a cincha que já ta frouxo o arreio
Firma zaino! Grita o peão peitando no brete um boi
Nisso um boi nelore loco pulou mangueira e se foi
Deixa que ele se enlota e outra hora ele vem!
Marquei o focinho dele se for só ele tá bem
Coleia que a marca é quente! Não facilita peão!
Chuleia a boca do brete porque este boi é fujão
Tá não mão o descornador! Já vou aparar as guampas
Gaúcho agarra o bicho! Bota a marca neste pampa!
Um relincho de cavalo berros dos bois na mangueira
O palheiro do campeiro fumaceando na saleira
O lenço enxuga a face para espantar o calor
Que o trabalho de mangueira vai até o sol se pôr
Que o trabalho de mangueira vai até o sol se pôr
Eira touro! Tranca o brete! Já busco o último lote
Bamo tê que apura o passo que a chuva tá vindo a trote
Olha só que tempo feio um temporal se formando
Mas só restam alguns bois na manha já vou tropeando
Tá marcada a ultima rês! Abre o brete! Eira boi!
Graças a Deus tudo certo mais uma lida se foi
Num tapa recolho os troço e no más já apago a brasa
Um minuto e tudo pronto pra podermos ir pra casa
Um relincho
E quando a lida é gaúcha o dia tem mais sabor!