És tão bonito,
como um raio de sol,
estás no agora
que já é passado,
tens me consolado.
Tempo, vê se não esquece
Tempo, te faço uma prece
Tempo, não te desesperes em passar.
Ontem manhã radiante,
flor da doce laranjeira
sol sobre nós escaldante
na velha cachoeira.
Hoje, a tarde cinzenta,
o céu gris a chorar
em gota mais que violenta
molhando o mar.
Futuro incerto, imprevisto,
o que pode ser?
Já que és passado
no vidro espelhado
da sala de estar
da alma do
Tempo, vê se me esquece
Tempo, te venero em prece
Tempo, não me aborrece em passar