Quero respirar amazônia, quero respirar
Amazonas, quero respirar
Cordões de borboletas tingindo o céu da mata
COLORINDO A CORTINA VERDE VIVA DA FLORESTA
Pétalas douradas esculpidas pelos deuses
O cheiro do mato lendário rio negro
Grito das araras, boiúna (os anjos vão tocar)
Na palmeira do miriti ao sabor dos ventos sou curumim, sou curumim
É flor na corrente é sopro suave
É vôo mais leve que ave borboletas vão pousar
Nas folhas bordadas em gotas de sereno é tempo, é tempo
Terras que caem, ilhas andarilhas
O casulo se desfaz, na trama, na teia da vida
Sou, sou icamiaba, sou boto das águas teatro e mata fechada
Sou a rima, a muhraida o remo, a taba, o curare ligeiro que mata
Quero respirar amazônia dos verdes mistérios, dos seres estranhos
Quero respirar amazonas das águas de omágua, paradas dos igapós.
Sou encontro das águas, na prece dos rios
No recanto da floresta um cantar entoam os caboclos
Sou, eu sou um caboclo, eu sou caprichoso e tenho a alma azulada
Sou, eu sou um caboclo, eu sou caprichoso e tenho a alma azulada
Sou, eu sou um caboclo, eu sou caprichoso e tenho a alma azulada
Sou, eu sou um caboclo, eu sou caprichoso e tenho a alma azulada