Mano velho, que pago é esse
Que escolheste longe daqui
E eu, o que digo para os amigos
Que a todo momento perguntam por ti
Guarda na mente o que nossa gente
Não se cansa em repetir
A natureza esconde mil belezas
Nessas correntezas do rio Ibicuí
Mano velho, que pago é esse
Que conquistou teu coração
Ou foi cambicho com gosto salgado
Dum corpo bronzeado no sol de verão
Mas te confesso que, às vezes, receio
Por um golpe feio de buscar socorro
Em terra estranha, uma parada ingrata
É se perder na mata sem ter cachorro
Mano velho, que pago é esse
Que escolheste para morar
Esta querência chora a tua ausência
Mas não botou outro no teu lugar
Quando partiste, por certo, não viste
Tantas mãos amigas a se estender
E os olhos tristes a nossa mãe velha
Encharcarem a terra que nos viu nascer
Mano velho, que pago é esse
Eu insisto em te perguntar
Porque me agrada contemplar o rastro
Que fica no pasto no meu cavalgar
O Martim Fierro que um dia leste
Talvez esqueceste, mas é bom lembrar
Nem te espanta se só canto encantos
Das coisas do campo e nem falo de mar
É que sou de campo e não sou de mar
É que sou de campo e não sou de mar 4x