Remoendo velhas lembranças proseio com minha alma
Um palheirito me acalma parceiro de tantas andanças
Amadrinhador da esperança de um tempo que já se foi
Pealando um berro de boi que eu meu peito descansa
Um retrato desgastado traz recuerdos para mim
Parece que ouço os clarins repontando os aporreados
Reculutando do passado um florão de tropilha
Pra se unir aos farroupilhas em colunas lado a lado.
(Que saudade das tropeadas agarradito em um basto
Sentindo cheiro de pasto em longas noites de maio
Alço a perna e então caio lembrando das gineteadas
Em rondas nas madrugadas enforquilhado no baio)
Hoje já sem serventia com as melenas a entordilhar
Queria era poder voltar às lidas do dia-a-dia
Quando o solzito sorria secando o orvalho das folhas
Num pingo da minha escolha ao trotezito saía
Um gaúcho não se entrega nem no dia de sua morte
Sua semente é mais forte reponta junto às macegas
Sua alma não sossega feito ave de rapina
Vagueia sobre as campinas rondando o que não se enxerga.