Eu não caio do cavalo nem do burro e nem do galho
Ganho dinheiro cantando a viola é meu trabalho
No lugar onde tem seca eu de sede lá não caio
Levanto de madrugada, e bebo pingo de orvalho Chora viola
Viola que não presta, faca que não corta
Se eu perder pouco me importa
O cabo da minha enxada era um cabo bacana
Não era de Guatambu era de Cana Caiana
Um dia lá na roça me deu sede toda hora
Chupei o cabo da enxada e joguei a enxada fora
Enxada que não presta, faca que não corta
Se eu perder pouco me importa
A fazenda do meu sogro faz divisa com a minha
Presente de casamento ele me deu, pois eu não tinha
Com este casamento fiquei rico derrepente
Casei com sua fazenda e trouxe a moça de presente
Casamento que não presta, Faca que não corta
Se eu perder pouco me importa
Minha gente dá licença eu quero chegar cantando
Quero chegar com sorriso não quero chegar chorando
Eu venho de muito longe do Estado Paraibano
Eu gosto da Paraíba, mas sou piracicabaaanooOO
O estado de Goiás belezas não tem igual
Onde está nossa Brasília, a capital federal
Fecho com chave de ouro despedindo dos goianos
Meu povo pode contar com esse piracicabano
Gavião da minha foice não pega pinto
A bala do meu revólver não tem açucar
No cano da carabina não vai torneira
A porca do parafuso nunca deu cria
Na casa do João de Barro não tem goteira
Cachaça não dá rasteira, derruba gente
A lingua da fechadura não faz fofoca
Pra fazer este pagode não foi brinquedo
Eu me virei do avesso e não sou pipoca
As flores quando é de manha cedo, com seu perfume no ar, exala
A madeira quando está bem seca, deixando no sol bem quente, estala
Dois baianos brigando de facão sai fogo quando o aço, resbala
Os namoros de antigamente, se espiava por um buraco na sala