Certa vez um boizinho
Em seu curral fechado
Meu boiadeiro, porque me leva ao corte
Se meu suor foi só pra te subir na vida
Puxando carro, arado e plantadeira
E carpideira só em troca da comida
Hoje já não é mais arrendatário
Comprou fazenda trator e maquinários
Foi com dinheiro que ganhou com minhas forças
E a vida toda, não recebi salário
Porque, meu boiadeiro
Que vim ao mundo com esta triste sorte
Porque, meu boiadeiro
Que me indeniza com a fria morte
Nos verdes campos, você tombou a terra
Não vejo mais, aquela árvore sombria
Onde sonhei um dia descansar-me
Curtir em paz minha aposentadoria
No lugar vejo sua mansão
Em quanto aguardo o fim da minha vida
Sabendo que, vou ser esquartejado
Pro seu banquete, com amigo e família
Porque, meu boiadeiro
Que vim ao mundo com esta triste sorte
Porque, meu boiadeiro
Que me indeniza com a fria morte
Este banquete para tu é inesquecível
Em que vives, o fim de tua pobreza
Entre amigos, conhecido e parentes
Que agradecem, por sua gentileza
Esta mesa onde todos se reúnem
Saciando esta carne preparada
Dispensando estes nervos fortes
Que iniciou a sua linda jornada
Porque, meu boiadeiro
Que vim ao mundo com esta triste sorte
Porque, meu boiadeiro
Que me indeniza com a fria morte