Pálido, flácido, pudico e gentil
Ele é tão tímido, árido, preso no covil
Mas quando vê aquela tanga, aquela lomba, aquela bunda
Já se encanta, bota banca, tira a manga e sai da sunga
E fica rápido, rígido, ávido e feroz
Patrão me dê o direito de escolher a minha trilha
Isso é pior que a solitária, eu quero a chave da braguilha
Eu só apareço em consultórios pros exames de rotina
E nos mictórios, que vexame, aquele cheiro de urina
Eu quero espaço pra balançar
Quero a luz do sol
Eu quero ter a cor do senhor
Quero tudo igual
De que me vale ser o artista principal
E ver a atriz só no final, sem meias, cintas
Sutiãs e lingeries
Eu quero ser feliz, dar um bis quando eu desejar
Mas quando eu não quiser é favor não me incomodar
Que eu faço greve e vou morar atrás do saco, enfiado num buraco
Que o patrão não vai gostar
Eu faço greve e vou morar atrás do saco, enfiado num buraco
Que o patrão não vai gostar?
Transcrição: Luís Couto