Eu vou partir da minha terra
Vou partir meu pão, pois muita gente espera
Que o resto da sede que nos alimenta
Não seja fruto da próxima guerra (ou eleição)
Eu vou partir, vou deixar meu sertão
Com esperança na alma, e a enxada na mão
Já que o chão do meu mundo parece pequeno
Já não há mais semente pra semear sequer um coração
Que já está cansado e com sono
De sonhar com um anjo e acordar com o demônio
De plantar com Deus e colher com o diabo
Pra que haja colheita
Só se Santo Antônio
Conversar com São Pedro e encomendar
Dez dias de chuva pra gente plantar
E mais um ano de vida pra gente poder colher