Os ponteiros marcam quase duas horas
A cidade dorme e acorda
A madrugada corre dentro, corre fora
E cada qual na sua roda
Nas ruas eu vejo nomes
Eu vejo caras
Eu vejo homens
Eu vejo placas
Eu vejo palcos, portas, alvos e marcas
Os ponteiros marcam juntos sul e norte
Na cidade o caos e a ordem
Na madrugada vem o azar ou vem a sorte
E cada qual ou desce ou sobe
Nas ruas eu vejo postes
Eu vejo muros
Eu vejo becos
Eu vejo punhos
Eu vejo setas e sonhos soltos no mundo