Pronde vai?
Toda tampa de caneta?
todo recibo de estacionamento?
todo documento original?
Isqueiro, caderneta,
a camiseta com aquele sinal
Pronde vai toda palheta?
Pronde foi todo nosso carnaval?
Pronde vai?
Todo abridor de lata?
Toda carteira de habilitação?
Recado não dado, centavo, cadeado?
Todo guarda-chuva!
Pra fuga pro temporal!
Pronde vai o achado, o perdido?
eu não sei, veja bem
não me leve a mal
Pronde vai?
todo outro pé de meia,
carteira, brinco e aparelho dental?
pronde vai toda diadema?
recibo, receita e o nosso enredo inicial?
Pronde vai?
toalha de acampamento,
presilha, grampo, batom de cacau
elástico de cabelo
lápis, óculos, clips, lente de contato?
a nossa má memória!
a denúncia no jornal?
pronde vai aliança, chaveiro, chave, chinelo?
e o controle pra trocar canal
Pronde vai?
O solo que não foi escrito?
Labareda nesse labirinto,
o instinto, o reflexo, sem seguro
O coro do Socorro! O lançamento oficial!
Pronde vai a culpa da cópia?
Pronde foi a versão original!?
a versão original
Pronde vai?
a bala que se disparô?
o indício do vício que disseminou
a busca do corpo por algo vital?
a firmação do pulso! O discurso radical!
o troco em moeda a lição da queda
Pronde foi nosso humor e moral?
Pronde vai? todo nosso desalento
morre brisa, nasce vendaval
pronde vai a reza vencida pelo sono
ela vale? Me fale me de um sinal!
São longuinho, São longuinho
Me fale me de um sinal!
Pra onde foi?
O canhoto, benjamim de tomada