Minha mãe sempre me dizia que eu seria um anjo do céu
Com asinhas, trombeta, harpa e véu e uma nuvem pra cochilar durante o dia
Minha mãe sempre insistia que meu pai deveria ir pro inferno
Pra queimar num tal de fogo eterno e pagar o mal, todo o mal que ele fazia.
Mas aí eu pensei que não seria justa uma ou outra opção
Não sou tão bom assim para voar pelo céu nem papai tão ruim pra queimar no caldeirão
refrão
Quando eu morrer, bater as botas, desencarnar
Devo seguir pra algum lugar que eu mereça, que seja compatível comigo
Vou aprender, me redimir e me doar
E tatuar um céu azul no calcanhar da alma de algum amigo
solo