Sei que ao meu coração
Só lhe resta escolher
Os caminhos que a dor
Sutilmente traçou para lhe aprisionar
Nele cabe sonhar com o que definhou
Vou me repreender
Pra não mais me envolver
Nessas tramas de amor
Eu bem sei que nós dois
Somos bem desiguais
Para que martelar,
Insistir, reprisar
Tanto faz tanto fez
Eu por mim desisti
Me cansei e fugi
Eu por mim decretei
Que falí e daí
Eu jurei para mim
Não botar nunca mais
Minhas mãos pelos pés
Mas que tanta mentira
Eu ando pregando
Supondo talvez me enganar
Mas que tanta crueza
Se em mim a certeza
É maior do que tudo que há
Todas as vezes que eu sonho
É você que me rouba
A justeza do sono
É você que invade
Bem sonso e covarde
As noites que eu tento
Dormir meio em paz
Sei que mais cedo ou mais tarde
Eu vou ter que expulsar
Todo o mal que você me rogou
Custe o que me custar
Vou desanuviar todo a dor
Que você me causou
Eu vou me redimir
E existir mais sem ter que ouvir
As mentiras mais loucas
Que alguém já pregou
Nesse mundo pra mim
Sei que ao meu coração
Sei que mais cedo ou mais tarde
Vai ter um covarde pedindo perdão
Mas sei também que o meu coração
Não vai querer se curvar
Só de humilhação