Fui num fandango lá no rancho da Candoca
Tinha um lote de chinoca, tipo um bando de chupim
E já se vieram, como no arroz da lavoura
Umas pretas outras louras caindo em riba de mim
Não sou modelo, nem um raio de esquisito
Mas é ruim de ser bonito neste tempo de escassez
Diz o Damásio que nos bailes do rincão
Quem não foge do batom é upa e vira freguês
(Vamos moçada neste embalo do gaiteiro
Que a lua é clara podem dançar no entrevero
Todos já sabem, nos fandangos da Candoca
Depois que a china se enrosca não volta embora solteiro
(Intro)
E a velharada só espiava na janela
Eu grudado na mais bela, à moda de carrapato
Pois a morena me tapava de carinho
Pra dançar agarradinho, até tirava o sapato
Já me encontrava perdido naquele enlevo
Pisando leve nos trevos, com jeito de touro osco
Cruzava a noite nos braços dessa chirua
Vivendo o mundo da lua, sem perceber o enrosco
(Intro)
O Cantalício já chegou querendo briga
Puxou dum marca Formiga e deu quatro ou cinco estouro
Eu quero ver se neste baile aqui tem homem
Que apareça o lobisomem para enfrentar este touro
O meu revólver já anda com o cano em brasa
A mulher fugiu de casa e veio pra este bochincho
Olhei pra china, era a tal mulher roceira
Me larguei numa capoeira mais veloz do que um capincho
(Intro)