Os olhos claros da tarde definham sob a distância
E uma silhueta sombreira vem emponchando o capão
O campo sumiu mais cedo, templado de aragem fria
Embretando o fim do dia no vasto da escuridão.
A tordilha apura o trote depois do charco da várzea
Tilintando espora e freio, rumbeando ao final da lida
As garras voltam prum gancho, na ânsia um mate crinudo
E um trasfogueiro fachudo, que a noite vai ser cumprida
Que a noite vai ser cumprida.
Um gol da pura serrana enquanto apronta o consumo
O costilhar da mamona que aguça o facho das brasas
Um milongar macanudo com versos bem apreceito
E o carijó abre o peito no ermo das noites largas
O arvoredo se aquieta poncheado de geada mansa
E o sono tomba no catre sob as coplitas do grilo
A eterna potra saudade que vagueia no infinito
Vai chegando ao despacito, tropeando sonho tranquilo.
O ermo das madrugadas parece um templo sagrado
Pra quem habita os galpões contemplando a calmaria
Um galo quebra o silêncio, o touro berrando al pedo
É a noite com seus segredos, rumando a barra do dia
Rumando a barra do dia.
Refrão