Ninguém me ama como ele me ama
Ninguém do jeito que ele me pega
Ninguém, ninguém me chama com tal fogo e chama
Ninguém me faz tão fêmea e tão mulher!
Ninguém me banca como ele me banca
Nem me desanca sem me dar colher
Ninguém me engana como ele me engana
De me dar gana, me tirar do sério
Ninguém, ninguém me arranca um gesto mais sacana
Me deixa na lama ou beija na fé
E olha que outros mais também me amam
Mais à miúde do que ele, até!
Ninguém, ninguém me empresta à carne a saúde
Como esse homem afeito a mulher!
Ninguém na cama mais perverso e doce
Com mero olhar me despe toda a roupa
E me profana como santa eu fosse
Me chupa a fibra, a casca, o sumo, a poupa
Ninguém, ninguém com olhos de tal sede e gana
Nem vai na alma até os meus confins!
Eu quero ser da sua noite a dama
E tê-lo todo enquanto em meu jardim
Beijo pequeno nos meus grandes lábios
Flutuo tonta até não dar mais pé
Então, vira biruta o astrolábio
Eu já sem pernas viro uma qualquer
E topo tudo em qualquer lugar!
No elevador, no corredor, no mar (2x)
No mar