Procura no ar, a certeza de encontrar sua antiga existência
Imensa dívida decorrente da hostilidade humana
Sofrida e geniosa ela se rebela frente aquela ausência
Fazendo soar seu gemido de dor
Chora intensamente, banhando de lágrimas uma imensidão
Levando cruelmente rastros de uma criação
Devastando tudo a sua frente
Como quem para gritar sua decepção
Por vezes alucinada, cala seu choro por tempo indefinido
Tirando impiedosamente o nutriente que estimula a vida
Fazendo valer sua presença e instinto
Devolvendo pra si a importância omitida
Quisera fosse apenas devaneio meu
Presenciar tão próxima sua extinção
Não mais poder exibir altiva
Tamanha formosura, por tanta obstinação
Vida, vida Vida, vida