Lua crescente de outubro um mate depois do outro
Silêncio por quase nada, quando a saudade me vem
Recosto cuia e cambona, e a alma lembra da dona
Que o coração sabe bem, que o coração sabe bem
Faz tempo que aquerencio minh'alma sobre estes bastos
E cada flor colorada, me lembra um pouco da linda
Que me espera com sorrisos, pois sabe do que preciso
Num mate com boas vindas, num mate com boas vindas
(Sou desses que o campo largo, escolheu por ser assim
Ter querência num cavalo, e pátria feito um regalo
Nestes fundões de onde vim
Onde a distância e a lida, não separam ela de mim)
Int.
Minhas mãos campeiam notas nas rédeas do meu gateado
Buscando o último achego, antes do adeus na cancela
E imagino um domingo, desencilhando meu pingo
No portal do rancho dela, no portal do rancho dela
Lua crescente de outubro, aos olhos de quem cuidar
Cada um sabe seu jeito, de gostar do que se tem
Viro o mate, aquento a água e a lembrança esconde a mágoa
Que o coração sabe bem, que o coração sabe bem
( )