Nasci lá no meu sertão numa casa de sapê
Por mais que eu tente, invente, não dá pra esquecer
Me lembro quando chegava lá do roçado, suado, cansado,
Ás vezes arranhado, mas êta vidinha boa de viver.
Assistia ao espetáculo do sol, amanhecendo o dia
E a noite, era o show da lua,eu também assistia
O cheiro da terra molhada quando chovia, que voltasse
Esse tempo como eu queria, eu era feliz e já sabia.
(refrão)
Ah, que boa vida, oh vida, que vida.
Ah, que boa vida, oh vida, que vida.
Sem ter muita diversão, sempre dormia cedo
De portas escancaradas e não tinha medo
Rezava minha prece na sombra do juazeiro
Ouvia a cantiga do violeiro, o galo cantando, lá no poleiro
Depois do futebol, banho de açude ou de rio
Gostava daquela rotina, de cada desafio
Eu via presença de Deus, a margem do caminho, no fogão
De lenha, na flor sem espinho, no ninho a mãe alimentando o filhinho.