Não, não fujo, só levo esse meu medo para passear, confuso
Lutar sem ter descanso pra encontrar a paz
E espaço, pra respirar; e tempo, pra refletir;
Paz, luta, tempo
Sem tempo pra luta
Sei sim, me chamam medo desde o dia em que surgi
Que não sei quando foi, só sei que nunca parti
Estou debaixo da ansiedade que suspira no teu peito
No labirinto da tua mente que proíbe, que rejeita
Sou sua certeza secreta de que não vai ter mais jeito
Sou seu mais puro reflexo
Sou som, o som que sai das sombras sem qualquer aviso
O som dos passos do seu maior inimigo
Estou no rosto, sem motivos, do inseto que te assusta
Estou na febre que te toma e te serve de desculpa
Só respeito quem me olha, me conhece e me domina
Medo mesmo só carrego da mente que se ilumina
Só clareza vasta e plena me afasta para longe
Só Clareza me afastará
Só Clareza me fará parar
Só Clareza me apagará
Só Clareza.