Havia uma sacola com uma máscara E uma garota a encontrou De início teve medo Não sabia o que fazer E nem como compor Mas colocou sobre o seu rosto E lhe caiu tão bem Ficou Acometida pela euforia de uma nova face se lançou Na rua e o mundo lhe retribuiu com flores Ninguém duvidou Que a mascara cobria um rosto que antes era só Temor E nada parecia lhe fazer parar de acreditar Que o novo rosto, e forte, na verdade sempre fora o seu E mesmo que alertassem Ela respondia só Sou eu Mas teve um dia que ao descer à rua O mundo desabou Outros tantos lindos mascarados transitavam sem pudor Ajoelhou com raiva Olhou pros céus E antes de gritar Chorou E ao se levantar Olhou pros mascarados Condenou São todos falsos Tantas cópias De um rosto que antes era meu Ninguém lhe dava ouvidos Ela então cansada se desmascarou E sorriu E dizem que sorrindo ela entendeu Que a vida só se dá Pra quem se deu