Mariana dos Gerais nascente, Minas
Das ruínas do engenho, as pedras em cio
Tear-te em roca à meia-luz das sinas
Forjar manto de abrigo em foz do rio
A desaguar-se sem cais, a tez da noite
Que assenhora sem amém, nem oração
Galope a rumar feroz, coito do açoite
O desnorteio da ira, fugaz profanação
Chão de terra, grão do mito, criatura
A abrolhar em face da desumana lida
Invés da colheita, atroz semeadura
Jaz o corpo desluzente alquimia
A natureza da lua em sol da escritura
Flor do tempo, a ressurreição da vida