Seu amor, quando nasceu
Na garganta a voz fechou
Nem casca de aroeira resolveu
E o amor infeccionou
Seu amor, quando chegou
A pressão logo subiu
Nem chá de graviola: não baixou
Nem mais o amor saiu
Tive febre, tomei losna, hortelã
Fiz emplastro e nada adiantou
Fiz compressa, cataplasma, quinina
Que nada! era febre de amor!
Seu amor, quando bateu
Foi que nem pedra no rim
Nem chá de quebra-pedra me valeu
Nem esse amor tem fim
Seu amor, quando pegou
Foi que nem doença ruim
Nem mel, leite, agrião, nem mesmo a dor
Leva esse amor de mim
Me queimei, botei babosa, batata
Manteiga, azeite, não passou
Fiz ungüento, fiz pomada, que nada
Queimada era fogo de amor
Seu amor, quando doeu
Foi o bicho que ferrou
Nem com fumo de rolo protegeu
O vírus desse amor
Seu amor, quando acabou
O meu peito adoeceu
Nem catuaba em casca me salvou
Depois que o amor morreu