Não há, ó gente, oh! não
Luar como esse do sertão
Não há, ó gente, oh! não
Luar como esse do sertão
Oh que saudade do luar da minha terra
Lá na serra branquejando, folhas
Secas pelo chão
Esse luar lá da cidade tão escuro
Não tem aquela saudade
Do luar lá do sertão!
Se a lua nasce por detrás da verde mata
Mais parece um sol de prata
Prateando a solidão
E a gente pega na viola que ponteia
E a canção e a lua cheia
A nos nascer do coração
Não há, ó gente, oh! não
Luar como esse do sertão
Não há, ó gente, oh! não
Luar como esse do sertão
Coisa mais bela neste mundo não existe
Do que ouvir um galo triste
No sertão se faz luar
Parece até que alma da lua
É quem diz "canta"!
Escondida na garganta
Desse galo a soluçar
Ah, quem me dera
Eu morresse lá na serra!
Abraçado à minha terra
E dormindo de uma vez
Ser enterrado numa grota pequenina
Onde à tarde, a sururina
Chora a sua viuvez
Não há, ó gente, ó, não
Luar como esse do sertão
Não há, ó gente, ó, não
Luar como esse do sertão
Não há, ó gente, ó, não
Luar como esse do sertão
Não há, ó gente, ó, não
Luar como esse do sertão