Vem, anda comigo, pelo planeta, vamos sumir!
Vem, nada nos prende, ombro no ombro, vamos sumir!
Não importa que deus jogue pesadas moedas do céu / vire sacolas de lixo pelo caminho
Se na praça em moscou lênin caminha e procura por ti / sob o luar do oriente, fica na tua
Não importam vitórias, grandes derrotas, bilhões de fuzis
Aço e perfume dos mísseis nos teus sapatos
Os chineses e os negros lotam navios e decoram canções
Fumam haxixe na esquina, fica na tua
Não importa que lennon arme no inferno a polícia civil
Mostre as orelhas de burro aos peruanos
Garibaldi delira puxa no campo um provável navio / grita no mar farroupilha, fica na tua
Não importa que os vikings queimem as fábricas do cone sul
Virem barris de bebidas no rio da prata
M'boitatá nos espera na encruzilhada da noite sem luz com sua fome encantada, fica na tua
Poetas loucos de cara, soldados loucos de cara, malditos loucos de cara, ah, vamos sumir!
Parceiros loucos de cara, ciganos loucos de cara, inquietos loucos de cara, ah, vamos sumir! r
Se um dia qualquer, tudo pulsar num imenso vazio, coisas saindo do nada, indo pro nada
Se mais nada existir, mesmo o que sempre chamamos real,
E isso pra ti for tão claro que nem percebas
Se um dia qualquer, ter lucidez for o mesmo que andar, e não notares que andas, o tempo inteiro
É sinal que valeu!, pega carona no carro que vem, se ele é azul, não importa, fica na tua
Videntes loucos de cara, descrentes loucos de cara
Pirados loucos de cara, ah, vamos sumir!
Latinos, deuses, gênios, santos, podres, ateus, imundos e limpos
Moleques loucos de cara, ah, vamos sumir!
Gigantes, tolos, monges, monstros, sábios, bardos, anjos rudes, cheios do saco
Fantasmas loucos de cara, ah, vamos sumir!