Agua que derrepente aflora
Agora vai tudo começar
Segue rasgando mundo afora
Seu leito onde é que isso vai chegar
No brejo que existe no pé daquela serra
Um estreito rego de água se formou
Um pequeno leito de lama, lodo e pedra
Que após tanto encontro num rio se tornou
Seguiu abrigando cardumes e gerando vida por onde passou
Serviu pra matar minha sede e que desejava
Com ele levou
Deixando pra traz a textura
Que fez o artista sorrir ao pintar
Levando clareza e doçura pra fúria do mar
Levando clareza e doçura pra fúria do mar
(refrão)
Por traz dessa cerca de arame enferrujada
Uma bica d'água em meio ao coqueiral
Já teve sua trajetória projetada
Num leito de ferro e concreto industrial
Vai atravessar a cidade e lavar os carros da lama que fez
E vai carregar todo o lixo da vida moderna da bola da vez
E vão se encontrar mais a frente em meio a garrafa sacola e pneu
Na marcha sombria e pungente de um rio que morreu
Na marcha sombria e pungente de um rio que morreu