Quem é da estrada sabe um dia descansar
já vi de tudo e tudo que vi não há
lugar mais leve que
os sonhos que eu sonhei aqui.
Vende na esquina galetos e almoçar
e vem correndo vem
esbaforida como quem não tem
vontade alguma daqui se afastar
meu bem, trabalho até faz bem,
branca parece com a casa combinar,
vai ver os móveis que combinam
com você contigo é só meu coração
se é sal a gosto a medida diz quais são,
e se ficar insosso
vai nos servir pra variar o gosto.
Estamos devendo a nossa turma um jantar
comida a gente faz
pede pro povo um bocadinho a mais.
O abajur ligado me faz refletir
talvez a poesia daqui
seja da gente se querer admitir
fraco, forte, veloz, lento, leve, light como vento.
Ha! se é quarta amanhã vamos pra lá
Helena chega, a louça fica por lavar
Podemos ver um filme
ou ler um livro hoje você define.
Eu to querendo me juntar, o pessoal
Tu se importa amor?
Se esquentar ligo o ventilador.
As vezes deito sinto-me comemorar.
Mamãe ligou mandou amor.
Dá uma vontade de dormir pra acordar.
Entra o sol me esquenta o rosto rindo acordo o corpo rindo mais
Vou viajar no mês que vem tem show no Rio
paguei as contas de abril
os nossos quadros parecem me acompanhar
rasga o que não for da gente, se puder trago presente.
Passei a noite conversando com Vitão
Homero e China e tocando violão
olha pra mim e veja
eu fiquei bebo com duas cervejas.
Sou muito besta pra essas coisas casuais
nasci pra poesia
das sensações, do sol, nasci pro dia.
Meu corpo inteiro decidiu se respeitar
já sei pra onde eu não vou
minhas palavras sabem já se acompanhar
cada qual canta no canto o que carrega e como corre o seu rio.
Com quantos paus se faz um barco vou dizer
se mede se o marujo quer se conhecer
se quer o horizonte
ou uma volta um pouquinho defronte.