Entre jóias da terra mineira
Nas montanhas azuis engastadas
Tu encantas, serrana altaneira
Mais que os reinos dos contos de fadas
Luminárias, ó terra querida
Dentre todas tu és a princesa
Pequenina, formosa, garrida
Delicada, gentil camponesa
Reclinada entre verdes pastagens
E fecundas searas luzidas
Tens o enleio das doces miragens
Dos oásis de várzeas floridas
Em esplêndido berço deitada
Tu contemplas o céu sempre azul
Adormeces, sonhando, afagada
Sob a luz do cruzeiro do sul
Na escultura divina dos montes
Cinzelados de sulcos suaves
Brotam gárgulas, límpidas fontes
Surgem bosques, abrigo das aves
Pelos vales os fios de anil
Murmurando marulhos de amor
Vão traçando o formoso perfil
Da paisagem de raro esplendor
Se teus filhos te fogem dos braços
Noutras plagas buscando aventura
Jamais podem romper os teus laços
Que os envolvem de amor e ternura
Como as aves do bosque encantado
Que, ao morrer, vão-lhe a sombra buscar
Quando um filho voltar alquebrado
Em teus braços o deixa expirar