A Rosa nunca foi boa na escola
Quem a via de viola
Dizia pá, temos artista
Mas a coitada
Era tão desafinada
Quando cantava a lambada
Uma lambada em nós batia
Ele era o Chico Fininho
Sempre muito caladinho
Seu colega de liceu
Ao seu lado
Passava o dia sentado
Diziam “Pobre diabo
Por amor ensurdeceu”
Ela é de Lisboa
E ele é do Porto
Se a música é boa
Quase nunca dá pro torto
Assim ninguém destoa
Nem sente desconforto
Se a música é boa
Quase nunca dá pro torto
A Rosa assentou praça em concursos
Entre mil figuras de urso
Ela nem dava nas vistas
E ele querido
Sempre muito condoído
Dava o seu ombro amigo
E pedia não desistas!
Mas um beijo inesperado
Pôs a viola no saco
E logo ali se percebeu
Que o destino
Quis que a Rosa e o Fininho
Dando nó, fizessem ninho
Quando a história aconteceu
Ela é de Lisboa
E ele é do Porto
Se a música é boa
Quase nunca dá pro torto
Assim ninguém destoa
Nem sente desconforto
Se a música é boa
Quase nunca dá pro torto
O Chico disse-lhe toca-me um fado
Ela arrancou um trinado
Ele exclamou deixa ser eu!
E do seu peito
Saiu tal canto perfeito
Rosa suspirou sem jeito
Ai Jesus que estou no Céu!
E assim o Chico cantava
Ela só acompanhava
E a fama apareceu
Hoje a Rosa
Compõe música e prosa
E é talvez a mais famosa
Guitarrista do liceu
Ela é de Lisboa
E ele é do Porto
Se a música é boa
Quase nunca dá pro torto
Assim ninguém destoa
Nem sente desconforto
Se a música é boa
Quase nunca dá pro torto
Ela é de Lisboa
E ele é do Porto
Se a música é boa
Quase nunca dá pro torto
Assim ninguém destoa
Nem sente desconforto
Se a música é boa
Quase nunca dá pro torto