Quando o destino que ilude
Mudar de atitude e a sorte mudar
Quando te vires no escuro / Sem uma luz encontrar
Quando a miséria bater / E o peito doer e a alma penar
Quando gastares a sola
Pedindo uma esmola, pedindo um olhar
A indiferença do mundo / Que é surdo e é mudo
Virá te assombrar
Verás que tudo é mentira / Verás que nada é amor
Que os outros pouco se importam / Gira, gira
Mesmo vencida na vida / Mesmo gemendo de dor
Não esperes nunca um auxílio / Nenhuma ajuda
Nenhum favor
Quando estiveres cansada / De tanta maldade
De tanto penar / Buscando um peito fraterno
Para, ao morrer, abraçar / Quando, na grande aflição
Na ingratidão / Seus dentes mostrar
Quando os parentes brigarem / Por causa da roupa
Que tu vais deixar / Hás de lembrar que um coitado
Um dia apiedado / Tentou te avisar
Colaboração de Roberto Crescioni