Para enfrentar as coisas que vem sempre me trair
Há música enfeitando o lugar
E versos que vem pra me distrair.
Para inventar desculpas que estimulam solidão
No caso de eu sozinho me pegar
Eu coro bem da cor do coração
Não falei de mim, porque a ordem do dia quis assim
De modo que eu não pude me conter e até senti vergonha de você.
O que agora é precisamente a face do pavor
Já foi amor de homem, de mulher
Já foi metade gosto e dissabor.
Que predicativo traduz um jeito seu de ser comigo
E que desejo meu tem sentimento pra conduzir o seu nesse momento.
Eu não tenho flor na sala
O que você comprou para enfeitar a mesa?
As coisas são comuns quando parecem raras
Quero viver o tempo da delicadeza.
Quando você sorri, meu coração dispara
Eu vou te esquecer, mas não te dou certeza.
Tem um vaso aqui partido
O que você tentou doar pro universo
Você conhece bem esse meu egoísmo
Eu não sei dividir, mas se pedir, empresto
Eu vou embelezar o nosso esconderijo
Eu quero te esquecer, mas nem pra isso presto.