Venho de campos e matas
Terra verde, fértil e farta
Nossa roça a beira mar
Canto a pesca e canto a planta
E a vida santa do lugar
Juca acordando cedo visitando o cerco
E Manézinho saindo pra tirar taquara
E nos olhos da caiçara
Um riso, uma beleza rara
E a natureza não para
È tanta estória pra contar
Lá da casa de farinha uma voz sozinha
Vem soprando um canto e solta pelo vento manso
Nossa estória pelo ar.
E quem pensar que o meu canto terminou aqui
Não viu que não falei da rama, a planta da mandioca,
O peixe, a banana, a massa e o tapeti
Nem na casinha de palha
Um porco na seva, um quarto de lua
Um cio de égua e um peixe na malha
Nem na viola do Dito, na tarde de um dia bonito
Um azul-marinho é um pirão de gonguito
Uma cachaça boa e a gente cantando
Poesia brotando pelo chão do peito
E esse canto é feito pra quem quer morar.
Nesse encanto do eu canto caiçara
É camarão no covo criança na praia
Remendando rede, reunindo malhas
Pra cercar o peixe e fartar a casa
E mariscar maré rasa Eh lêlê lê lá lá lá lá láiera.lê,lê, lê,lêia
E mariscar maré rasa Eh