Rebenta na Febem rebelião
Um vem com um refém e um facão
aqui no caos total do cu do mundo cão
tal a pobreza, tal a podridão
que assim nosso destino e direção
são um enigma, uma interrogação
E se nos cabe apenas decepição
colapso, lapso, rapto, corrupção?
Então a nossa contribuição
não é senão cansão, consolação?
não haverá então mais salvação?
não, não, não, não, não
(Solo)
ecos do ão
Pra transcender a densa dimesão
da mágoa imensa e tão somente então
Nós temos que fazer com precisão
entre projeto e sonho a distinção
para sonhar enfim sem ilusão
o sonho luminoso da razão
E se nos cabe só humilhação
impossibilidade de assenção
E é só ruína, tudo em construção
e a vasta selva, só devastação?
não haverá então mais solução
não, não, não, não, não
ecos do ão
(Solo)
Porque não somos só intuição
nem só pé-de-chinelo, pé no chão
Desejos de beleza em profusão
idéias na cabeça, coração
a singeleza e a sofisticação
o choro, a bossa o samba e o violão
Mas, se nós temos planos e eles são
o fim da fome e a difamação
Da nova nossa civilização
tão singular igual ao nosso ão
(Solo)
ecos do ão