Éramos uma pá de apocalípticos,
De meros hippies, com um falso alarme
Economistas, médicos, políticos
Apenas nos tratavam com escárnio.
Nossas visões se revelaram válidas,
E eles se calaram mas é tarde.
As noites tão ficando meio cálidas
E um mato grosso em chamas longe arde
O verde em cinzas se converte logo, logo
É fogo! é fogo!
Éramos uns poetas loucos, místicos
Éramos tudo o que não era são;
De que valeu, em suma, a suma lógica
Do máximo consumo de hoje em dia,
Há só um sentimento que é de dó e de
Malogro
É fogo é fogo
Doce morada bela, rica e única,
Dilapidada só como se fôsseis
O que será, com mais alguns graus celsius,
De um rio, uma baía ou um recife,
E dos sem-água, o que será de cada súplica,
De cada rogo
É fogo é fogo
Em tanta parte, do ártico à antártida
Aliviemos já a pior parte da
O estrago vai ser pago pela gente toda;
É foda! é fogo!
É a vida em jogo!