Se eu fosse aquele cara
Destinado a chorar
Eu choraria as cordas que arrebentei
Eu choraria pelas pontes que queimei
Só pra ver alguma coisa se mexer
Agora estou repleto
De lições aprendidas
E dos dias que são feitos
Só pra passar os dias
Agora eu fecho as cortinas
Eu desligo o telefone
Desconecto seus olhares
Eu abro a geladeira
E mato a ansiedade
Te roubo um sanduíche
De queijo e tomate
O leite e a cerveja
Os acordes e as pontes
De um novo ano
A lágrima é a nota
E dessa nota uma canção
Que eu faço com ruído
Da dobradiça da porta
Eu supero toda angústia
Como sempre superei
Ficou tudo igual
Nada mudou
O refrão ficou mais simples
Com o tempo que passou
Deixe isso pra lá
Deixe isso pra lá
Deixe isso pra lá
Que é mais fácil, mais leve
Mais “sussa”, mais jovem
Mais doce, mais lento
Deixe isso pra lá
Então escrevo um recado
Que diz: “Há tanto silêncio, uma cabeça vazia”
Eu martelo os pensamentos
Na quina da cama
Pra sentir tudo o que eu penso
Escorrendo pelo ouvido
E pra cada parágrafo
Eu derramo alguma lágrima
Eu não escrevi tantas palavras
Pra ter elas de volta
Se eu pudesse eu juntaria
Seu pescoço ao meu queixo
Se eu pudesse eu beijaria
O seu nariz fino outra vez
Então, baby, talvez
Eu veria a luz de novo
Eu veria a luz de novo
Eu veria a luz do sol
Se beijasse o seu corpo
As costelas, os seus pés
Então, baby, eu veria
A luz de novo, a luz do sol
Ofuscaria a luz do sol
Ofuscaria a luz do sol
Eu seria a luz do sol
Seria a luz do sol
Deixe isso pra lá
Deixe isso pra lá
Deixe isso pra lá
Que é mais fácil, mais leve
Mais “sussa”, mais jovem
Mais doce, mais lento
Deixe isso pra lá