Aquele galpão de quincha,
Boceja no entardecer,
Com voz de graveto seco,
Com ronco de mate bueno,
Lambuzada nos aperos
Aquele galpão de quincha,
Tem as contas dos rodeios,
Guarda a impressão dos olhares,
Vermelhados de brasedo,
E o seu fogo é feiticeiro
Emoldura a lua branca,
Pra o quarador dos potreiros,
Janela de sol nascente,
Rumbiando ao amanhecer,
Jeito de abraço amigo,
A quem muito se quer bem
Há coisas de velho contando,
Descaso de picumã,
Quando o verão é fornalha,
Troca de pouso tua gente
Pra sombra de uma ramada,
Pros golpes da madrugada
Mas tem uma coisa nele,
Que eu não sei explicar,
Pois ao guardar minha infância,
Resguardou o meu lugar,
No meu jeito de cantar