Lyrics of
Cirandinha Do Lixo

Acho um capricho o lixo sujo sem desfecho
É um relaxo, é um relaxo!, não se encaixa, sai dos eixos
Não se joga ou acha o sujo abaixo do capacho
Pois o que não se fez ontem, hoje faz-se cabisbaixo
Quanto da prece é fé? Diga
Quanto do lixo é lixo?
Diga quan- to é
Na lixeira verde jogue o vidro e o vitral
Menos louça, espelho, lâmpada, cerâmica, cristal
Jogue no amarelo o metal que se consumiu
A latinha de refri, mas não a pilha, não bombril
Lixo no lixo é luxo
Não ponha no chão
O que jamais vai flo- rescer
Costureira faz remendo; sapateiro, a sola
Alguém faz a lição
Reusar, reciclar, reduzir é o refrão
Atenção
Antes de jogar, não desperdice nunca mais
Eu uso o necessário
Por isso essa vida eu vivo em paz
Atenção
Nascimento com tijolo com cimento
Quer saber
Filho de pedreiro na demolição
Atenção
Neto do pedreiro vindo refazendo
Quer saber
Cinco, quatro, três, dois, um, não vai dar tempo
Não vai dar, não vai dar, não
Não não
Jogue no azul a papelada, aliás
Foto, fita crepe, não; papel higiênico, jamais
Jogue no vermelho todo o plástico que for
Menos cabo de panela, espuma, acrílico, isopor
Abaixo do cabelo
Tem o couro, tem o crânio e a meninge
Vem abaixo o pensamento
Onde justamente a consciência atinge
Ei!
Alô, ninguém responde
Deve estar vazio o planeta
Pra onde foram todos?
Pra marte, pra alguma outra parte além
Quanto da prece é fé? Diga
Quanto do lixo é lixo?
Diga quan- to é?
Quem deixa cair o lixo
Deixa cair junto o queixo, cai o queixo, o maxilar
Vou pela rua catando
Se essa rua fosse minha eu mandava ladrilhar
A banana é pra comer
Faz bem, pois bem
A casca pus no chão
Fez mal, pois é
Escorreguei, escorreguei, escorreguei quebrei meu pé
Vamos todos cirandar
Vamos dar
A meia-volta, volta e meia
Era vidro e se quebrou
O a- nel
No chão os cacos são sujeira
Lixo no lixo é luxo
Não ponha no chão
O que jamais vai flo- rescer