Eu trago o chapéu encardido da poeira da estrada
Na volta do toque da gaita e a pampa na voz
A alma retanta os puaços ja tem calejado
Conhece os macetes que a vida apresenta pra nós.
Eu canto essa velha querência apesar de ser moço
Meu verso carrega vertente do pago ancestral
Que brota com pasto nativo e sesteia no pouso
Embala as angustias e sonhos do homem rural.
(Nós somos o pago que teima em viver carreteando
Tropeiros que levam o som e a campanha produz
Cantores de Bota e Bombacha que a tenho cantando
Afloxa a badaga cultura que é fogo e canuz
Nós somos o berro do touro tropel dos cavalos
Com chuva, com geada ou solheira do céu mais azul
O amor pelo paga é missão de pra sempre cuidalo
Do mais singular cantochão de Rio Grande do Sul)
Int.
Eu tenho a melena tordilha das geadas da vida
Mas canto com garra e tutano não sei fraquejar
Esta nas tuas maõs na tua voz o futuro da lida
Que nem o progresso muntano caonsegue calar
Controla-te ouvindo eu sonhava cantar nessa pampa
Por esta razão o teu canto se faz imortal
Na voz da querência que ecoa na tua garganta
Campeiro clarim de fronteiro cantando em zorzal.
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