Eu vim feito um gosto acre
E vim ver silencio mudo
Da arte velhas porcelanas
E câncer carcomido mundo
Das escadas e terreiros
Dos canteiros das mandrágoras
Das horas intermitentes
Dos presságios dos meninos
Eu vim feito um canto atônito
De solidão mais acústica
Da estranha voz da terra
Dos homens de boa maldade
Dos faróis que submersos
Anunciam minha chegada
Com o calor da marujada
E o bom cheiro de saudade
Eu vim feito aço
Desordem e natureza
Eu vim da dureza do mundo
Eu vim feito aço
Desordem e natureza
Eu vim da beleza de tudo