Canoa de vela erguida
Que vens do Cais da Ribeira,
Sem encontrar companheira,
O Vento sopra nas Fragas,
O Sol parece um morango
E o Tejo baila com as vagas
A ensaiar um fandango
Canoa, conheces bem,
Quando há Norte pela proa,
E as muralhas que ela tem!
Canoa, por onde vais,
Se algum barco te abalroa,
Nunca mais voltas ao Cais!
Nunca, nunca, nunca mais!!
Canoa de vela panda
Que vens da Boca da Barra
Gemidos duma guitarra,
Teu arrais prendeu a vela;
E se adormeceu, deixá-lo!
Agora muita cautela
Não vá o Mar acordá-lo!