Bernardo já estava uma árvore quando
Eu o conheci
Passarinhos já construíam casa na palha
Do seu chapéu
Brisas carregavam borboletas para o seu paletó
E os cachorros usavam fazer de poste as suas
Pernas
Quando estávamos todos acostumados com aquele
Bernardo-árvore
Ele bateu asas e avoou
Virou passarinho
Foi para o meio do cerrado ser um arãquã
Pra compor o amanhecer
Sempre ele dizia