Fim de tarde balconero
Golpeando um trago de canha
Foi quando mirei a sanha
Que largou o bolicheiro
Pois chegava outro matreiro
Em frente ao rancho quinchado
Adónde atei meu bragado
Num garupá palanqueiro
Cuê-pucha que traicionera
A sorte que se despiona
Floreou uns baixos a cordeona
Num tranco firme de touro
Já prenunciando o estouro
Quando o índio entrou na sala
De chilena, adaga e pala
Semblante de gavião mouro
Pero fijense senhores
As voltas que dá o pago
E o quanto retorna amargo
O mal que se faz na vida
Andava dobrando a lida
Buscando plata pra o rancho
Quando lá bateu um carancho
Roubando pilcha e comida
E não é que na boca da noite
Num bolichito fronteiro
Me topei com meu sombrero
Passeando n'outra cabeça
Por incrível que pareça
Andava junto minha rastra
E neste caso me basta
Pra julgar e dar a sentença
"Buenas noite, pilcha nova!
De vereda a polvadeira
Levantou do chão de saibro
Foi quando bombeei o caibro
Donde alumbrava o candieiro
Levei o pala primeiro
E cerrou a escuridão
Só se ouvia a de botão
Florear das mãos do gaiteiro
Se via o clarão da lua
E um vulto cruzando a porta
E o demás que más importa
Me desparou o matreiro
Mas esqueceu do sombrero
E da rastra no costado
Donde tava meu bragado
Num garupá palanqueiro