Meu coração
Tão ferro em brasa
Sonha liberdade pra voar
Prefiro assim
O aço das rochas
Cortando os meus pés
O açoite do vento testando minha fé
Tão crepuscular
Prefiro assim
A pele ardendo sob a luz deste dia
Tão solar
Ao invés do sereno
Tumular
Prefiro assim
O gelo da chuva
Cerrando os meus dentes
O gosto amargo desta aguardente
Tão vulgar
Prefiro assim
O vozerio de toda essa gente
Deste lugar
Ao invés do silêncio
Tumular
Porque assim
Como o casulo nas dores do parto
Eu teço asas, e de sonhos me farto
E me entrego à orgia
Da nova manhã