"Aquela eterna fonte está escondida
Mas bem sei onde tem sua guarida
Mesmo de noite, mesmo de noite!
E sua origem não a sei, pois não a tem
Mas sei que toda origem de la vem
Mesmo de noite, mesmo de noite!"
Em ti eu quero crer, te amar até morrer
Servir-te na alegria e na dor
Pois ao entardecer do meu mortal viver
Serei julgado pelo amor!
Sei que não pode haver coisa tão bela
E que os céus e a terra bebam dela
Mesmo de noite
Eu sei que nela o fundo não se pode achar
E que ninguém a pode atravessar
Mesmo de noite
Sua claridade nunca é obscurecida
E sei que toda luz dela é nascida
Mesmo de noite
Sei que tão caudalosa são as suas correntes
Que céus e infernos regam, e as gentes
Mesmo de noite
E tal corrente que vem desta fonte
Eu sei-o bem, é poderosa e forte
Mesmo de noite
Esta corrente que das duas procede
Eu sei: nenhuma delas a precede
Mesmo de noite
Aquela eterna fonte está escondida
Neste pão vivo pra dar-nos vida
Mesmo de noite
De lá está chamando as suas criaturas
Que nela se saciam às escuras
Mesmo de noite
Aquela viva fonte que desejo
No pão da vida eu agora a vejo
Mesmo de noite
A pura fonte que de glória me sacia
Já tem sabor de céu na eucaristia
Mesmo de noite