Vem a vida e logo me convida para lhe acompanhar
Um rosto sério, ares de mistério, como quem vai aprontar
Ela é linda, mas ainda não percebe o que virá
De vestido bem florido a menina quer brincar
Fim da espera, quinze primaveras, festa prá comemorar
Tendo ao lado um novo namorado, que jurou prá sempre amar
Seus brinquedos e segredos numa caixa vai guardar
Segue em frente, entrementes, se arrepende e quer voltar
Lá se vão amores, cores, flores
O Verão vai começar
Com os pés doridos e feridos
Muito tem que caminhar
E vai Ela vai
Toda prosa, é mãe generosa, preparando um bom jantar
Passam horas, ela se demora, cada coisa em seu lugar
Longos dias de agonias, com o tempo vão passar
Vem o Outono, perde o sono, quando o filho a faz chorar
Vindo à tarde, age sem alarde, como escolheu viver
Neto aos prantos, de cabelos brancos, corre prá lhe socorrer
Na lembrança a criança, em seus olhos pode ver
Quando a filha compartilha: – A família vai crescer!
Lá se vão os anos, sonhos, planos
O Inverno vai chegar
No porta-retratos, fotos, fatos
Senta para recordar
E vai Ela vai
IÊ Ê Ê Ê LARÊ LARÊRÊ IÊ LARÊ
No compasso, rima, verso, traço, venha tudo que vier
É adereço pois eu reconheço, quem teve um começo, é obra da
Mulher!