A donde carinho Guardaste os carinhos que me prometeu?
E do amor que tu tinhas, Não quero ilusão!
Pois teu coração, de mim se esqueceu!
Talvez o culpado deste amor gastado Até seja eu
De tantos regalos, Assim a entregá-los Busquei nosso adeus!
Te lembra da égua mimosa bragada Que pelo cabresto tu tanto gostou
Entreguei rucina, bem mansa e domada, Na linda bragada teu selim sentou!
E o pala encarnado de trama argentina
Na mão do mascate entreguei um platal
Comprei o Vestido da chita mais fina
e com as alpargatas te dei de natal
Y aquel cutillito de alpaca gravado
Do teu doce amado, entreguei com uma flor
E ele é entre tantos, que irá recordá-los,
e assim com regalos reguei nosso amor!
Talvez o destino que trança caminho,
Não quis no ranchinho plantar uma flor
Se foi o romance das noites charruas
Com raios de lua e juras de amor!
Que culpa minha vida se a vida é assim!
Veja em nosso jardim o que foi cultivado
E a dor da suadade, que clava na gente,
Germinou da semente Do amor gastado!